Pertencimento como motivação, atitude e engajamento corporativo

Este tema tão relevante é pouco explorado e trabalhado no campo corporativo. Nós já praticamos o sentimento de pertencimento em nossa casa, na igreja, no clube, no time de futebol, no grupo de amigos, na academia, na música, nos autores de filmes, livros e poesias. E por que não na empresa? Por que, na maioria das situações, não existe identidade, comprometimento e conexão com a empresa?

As empresas alocam investimentos em cursos de motivação, em pesquisas de climas, em sistemas de avaliações, em desenvolvimento gerencial, em formação de líderes e outras ferramentas, procurando incessantemente pela produtividade e eficiência das suas operações, e também melhorar a gestão do negócio.

As técnicas citadas acima são trabalhadas como roteiros de uma ciência exata e são ações que vêm de fora para dentro da empresa, tentando trazer soluções e metodologias que nem sempre têm aderência à cultura existente. Todas essas ações são relevantes e devem, sim, com todo cuidado e planejamento, estar no radar das empresas.

Porém esquece-se de cuidar da sua saúde emocional, da sua alma, de contar e aprofundar a sua própria história, e é aí que entra o sentimento de pertencimento, proporcionando vínculos, gerando força e compartilhamentos como base de sustentação aos desafios aos quais a empresa é submetida. E o pertencimento pode ter a sua essência desenvolvida e estimulada dentro da própria empresa.

Os gestores deveriam recorrer às terapias, para dar valor, entender e trabalhar melhor os vínculos e conexões existentes em uma organização e o quanto estes devem ser cuidados, zelados, aprendidos e estimulados. Face à urgência nos resultados, à soberba e à inflexibilidade do diálogo, esquece-se de trabalhar e valorizar o pertencimento.

Mais do que preparar os profissionais tecnicamente, deve-se engajá-los verdadeiramente e torná-los cúmplices positivos da empresa, despertando-lhes o prazer, o orgulho e a emoção de estar ali e poder fazer parte da continuidade da história, de uma causa coletiva, que também pertence a todos, construindo-a e mantendo-a viva no dia a dia.

O desenvolvimento e a manutenção do sentimento do pertencimento possibilitará a criação de um vínculo forte, a sensação do estar juntos, a empresa e seus colaboradores, tornando os objetivos verdadeiramente comuns, vivos e atingíveis. E, assim, ter a sensação plena de estar contribuindo e fazendo parte de uma história. Isso é pertencimento. Uma vez experimentado, os seus resultados e seus efeitos são positivos e prósperos para as pessoas e para o ambiente.

O que significa, qual a importância e a sensação de pertencimento?

Significa que precisamos nos sentir como pertencentes a tal lugar e ao mesmo tempo sentir que esse tal lugar nos pertence, e que assim acreditamos que podemos interferir e, mais do que tudo, que vale a pena interferir na rotina e nos rumos desse tal lugar. (Fonte: Henrique – RJ).

Reflexões silenciosas:

Isso faz sentido? O que muda na minha vida ter e praticar esta atitude?

 

Como o sentimento de pertencimento pode ser despertado em um ambiente organizacional?

Pela história, alma e alegria de estar ali. Pelos valores, sendo o principal, o respeito. Pela identificação de objetivos compartilhados, reconhecimento, diálogo, geração de conhecimento e a percepção de evolução. Pela transparência das atitudes, valorização da comunicação, do trabalho e da integração das equipes, cumplicidade e alvo comum nos objetivos, orgulho e engajamento. Por sentir-se feliz e pelo sentido de vida.

Reflexões silenciosas:

Eu percebo estas atitudes na organização e nos meus líderes? Eu ajudo a construí-las e a mantê-las vivas? Eu me sinto dentro da história da organização? Eu gosto do que faço e do lugar onde estou? O meu trabalho é importante para a continuidade desta história?

Quais são os reflexos mais visíveis da existência de pertencimento dentro da organização?

Dinâmica da Totalidade: informação e atitude isoladas versus informação dialogada, flexível e compartilhada. Deve-se amenizar a unilateralidade, o isolamento, o impermeável.

Organização Nutrida: dinâmica do diálogo, da cumplicidade e da nutrição dentro e entre os departamentos + energia para pensar + entendimento do negócio + objetivos comuns + sentido de complementar-se um ao outro + funcionamento saudável + equilíbrio das necessidades + estímulos a empreender, aos pensamentos criativo e inventivo, ao contraponto + presenças do prazer e da alegria em fazer porque gosta, sente-se bem.

Essência no Foco (em equilíbrio com a dinâmica da totalidade): movimentos coerentes, contínuos e progressivos + trabalhos e esforços integrados + conhecimento e compreensão claros das partes, do todo e do mercado de atuação (agregar valor ao negócio), dos alvos e resultados atingidos e compartilhados.

Quais são os reflexos mais visíveis da existência de pertencimento em um departamento?

Percepção da sua importância na estratégia da organização. Percepção da dinâmica da totalidade. Motivação para facilitar a integração, o diálogo, o servir, o construir e o apoiar. Valorização do diálogo e das conexões com os clientes internos (outros departamentos). Percepção da importância do papel dos seus profissionais no sucesso da organização. Postura e estímulo no entendimento das suas atividades e dos demais departamentos, possibilitando, assim, antecipar-se às necessidades exigidas por eles e pela organização. Sentir-se colaborador e responsável pelos controles internos, eficiência e agilidade das informações, pela melhoria e qualidade do relacionamento interdepartamental. Ser cúmplice dos valores da organização e da missão do departamento.